Atraso na entrega
de medicamentos. Discriminação em clínicas prestadoras de serviços do SUS.
Ausência de encaminhamento para a fila de transplantes. Essas foram algumas das
denúncias dos cidadãos que necessitam de transplantes, ou já transplantados,
durante Audiência Pública realizada pela Comissão de Saúde e Saneamento da
Assembleia Legislativa (AL) nesta terça-feira (8). A vice-presidente do
colegiado, deputada estadual Graça Pimenta (PR), sugeriu a implementação de
políticas que solucionem as questões. “Os problemas são graves. Se falta
medicação, o paciente pode vir a óbito. Ele não pode esperar. Temos que
resolver essas questões, pois quem está sofrendo são os pacientes. Precisamos
implementar mais políticas públicas específicas para os transplantados”,
declara. Conforme o superintendente da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab),
Alfredo Boa Sorte, as denúncias serão verificadas. “Iremos apurar todas as
denúncias. As queixas podem ser envidas para a auditoria do SUS ou para o
gabinete do secretário de Saúde, Jorge Solla”, afirma. Boa Sorte informou
também que em 2011 foram realizados 427 transplantes do Estado. De acordo com
Eraldo Moura, coordenador da Central de Transplantes da Bahia, “os baianos não
doam por falta de conhecimento, mas a Sesab vai desenvolver um projeto de
conscientização nas escolas e universidades”. Moura também informou que os
profissionais de Saúde têm dificuldades de identificar, nos hospitais, os
indivíduos que têm morte encefálica, um dos critérios que identificam um
potencial doador.
Graça Pimenta
sugeriu que os profissionais sejam capacitados. “Segundo os dados divulgados
aqui, na Bahia apenas 40% das mortes encefálicas são identificadas. Os
profissionais precisam ser capacitados, pois isso vai gerar um maior número de
doadores que vierem a óbito”, pontua. Conforme a presidente da Associação dos
Pacientes Transplantados da Bahia (ATX-BA), Márcia Chaves, o “transplante é um
ato médico-social, que sem a sociedade não caminha, porém é necessário mais que
isso. O tratamento pós-transplante é fundamental. Os medicamentos, por exemplo,
são essenciais para que não haja a rejeição do órgão ou tecido transplantado”.
A Comissão de Saúde vai encaminhar a ata da reunião à Sesab e sugeriu que o
Estado realize campanhas de conscientização sobre a doação de órgãos. O evento
contou também com a presença da presidente da Comissão de Biotecnologia e Biodireito
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Jane Miranda; da vice-presidente do
Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), Tereza Maltez; do
diretor da Assistência Farmacêutica da Sesab, Lindenberg Costa; do
representante do Conselho Estadual da Saúde, Marco Barroso; e da subsecretária
da Saúde de Salvador, Deise Barbosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário