Flamengo não é somente um clube, uma agremiação esportiva. O Flamengo é uma religião, uma seita, um credo, com sua bíblia e seus profetas maiores e menores. O Flamengo é um amor, uma devoção, uma eterna comunhão de sentimentos.
Por
ele muitos deram a vida, alienaram a liberdade, destruíram amizades, arruinaram
lares, com homicídios e suicídios. O Flamengo, o flamenguismo, para ser mais
exato, é uma cardiopatia. O Flamengo dá febre, dá meningite dá cirrose
hepática, dá neurose, dá exaltação de vida e de morte. O Flamengo é uma
alucinação.
Deveria
ser feita uma lei federal que obrigasse o Flamengo a jogar em todo o Brasil,
toda semana, e ganhar sempre. Quando o Flamengo vence, há mais amor nos morros,
mais doçura nos lares, mais vibração nas ruas, à vida canta, os ânimos se
roboram, o homem trabalha mais e melhor, os filhos ganham presentes.
O
Flamengo não pode perder, não deve perder. Sua derrota frustra, entristece,
humilha e abate. A saúde pública, a higiene nacional exigem que o Flamengo
vença, para bem de todos, para felicidade geral, para o bem estar nacional.
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